Fotografia: Argemiro Patrocínio
O samba sem ironia, sem alguma picardia,
é café com água fria, algum amor sem tesão.
Do samba a verdade é filha como uma luz que brilha,
em forma de redondilha acessa a emoção.
Na trilha de Noel Rosa, Poeta que é pai da Vila,
outro vem é se perfila com a sua melhor roupa.
Sambar de alma dedicada, de um jeito que não recata,
é como amar na madrugada, nunca fala coisa pouca.
A rima é arma perigosa nessa canção venenosa.
Quando não calam as rosas, vem mais conscientização.
Assim a alegria entrosa, fazendo a vida mais prosa,
insinuante e gostosa, antídoto à solidão.
Legado de valentia é o recado dessa alegria.
O samba é a fotografia do fato feito em crônicas.
A resistência sem o recato é a barricada da folia,
Guaiamuns em suas brigas, Nagôas em fé sardônica.
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