Foto: Fernando Quevedo / O Globo
O que há de novo no ano novo
é o que há de bom no ano bom.
Que surpresa haverá dentro do ovo?
Qual cantiga haverá? qual é o tom?
O poeta já o viu dentro da gente,
escondido num cantinho sem ter som.
Todo dia é um ano novo emergente,
renovado no ano tempo como um dom.
O que há no ano novo é tão presente,
é o que está desde antes adentro à mente,
com o que já acostumamos de estar com.
Quando os fogos lá no céu espalham luzes,
nos avisam que a hora é a da felicidade.
Mas ela vem de aonde está, não vem de alhures,
externa apenas os sorrisos das verdades.
De comum o ano novo é uma festa
diluída nos desejos da cidade.
Das fanfarras que a alegria assim orquestra
soprem ventos de mais solidariedade.
Outrossim nos reinventamos nesse sopro
a que nos mesmos chamamos realidade.
Quanto mais a vida segue e ganha corpo,
mais inteira, mais soma, menos metade.
Sempre o ano novamente nos começa,
enquanto o outro finda dentro da saudade.
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