Fotografia: Quando tiveres medo lança-te- Vera Vilas-Boas
Nunca me foi permitido ter medo,
fraqueza diante da vida tão pouco.
A fragilidade em mim, nesse enredo,
foi uma desconhecida desde cedo,
falando assim parece algo louco.
Porque o medo é senso necessário,
no mínimo para o abraço protetor,
fazendo o ser humano mais gregário,
mais gentil, mais ancho, mais solidário,
mais profundo na largura do amor.
Não me foi permitido, por degredo,
esse sentimento genuíno e puro.
Incapaz de desvendar o segredo,
decifrar tão mal desassossego,
ao vê-lo em minha amada fico duro.
Aonde a dureza é cega, há poesia,
e a palavra é pedra dura, é rochedo.
Mesmo não sendo aquela que eu queria,
pois não saber não serve à valentia,
acho que temo mesmo em arremedo.
Sentindo assim como caricatura
eu vou em frente, e acho, vai dar certo.
Porque a vida é a melhor ventura
proponho as fichas nessa assinatura,
resiliência é o que nos faz despertos.
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