Fotografia: Laranja mecânica- Telmo Ruy Fernandes
Não é caldo de galinha, não é Canja.
Não é nada que se sirva no almoço.
Mas tem casca, sem semente ou caroço.
Se parece mas não cresce igual toranja.
Não se pode definir, não há um laudo,
que nos diga se é bolo ou se é doce.
Eu não sei como surgiu ou quem o trouxe,
Mas eu sei que é gostoso e tem respaldo.
Tem a massa bem cremosa de laranja.
Pedacinhos de um queijo derretido.
Tem três ovos que devem ser bem batidos.
O açúcar próprio, a fruta nos arranja.
Junte a tudo uma colher boa de amido,
com três xícaras bem cheias de farinha.
Ponha sal, bem pouquinho, a pitadinha,
bata bem até ficar tudo unido.
Não se esqueça de juntar também manteiga,
duas colheres que é para fazer a liga.
Tendo feito, vá com calma, vá sem briga.
Não tem nome mas não é receita leiga.
Sendo bolo, doce, ou antropológico,
o que importa é o prazer que á coisa cause.
Aprendi ouvindo um blues da Amy Winehouse
não esqueço do fermento biológico .
Unte a forma com manteiga por inteiro,
polvilhando com mais farinha de trigo.
Ligue o forno e o mantenha aquecido,
com água quente dentro de um tabuleiro.
Nessa forma jogue então a nossa massa,
sobre o fundo de uma forma uniforme.
Tendo tudo isso feito, e nos conformes,
cento e oitenta graus e a coisa assa.
Quem puder lhe dar um nome gastronômico,
que o faça porque o nome lá não tem.
É saboroso, é saudável e faz tão bem.
Na receita mais parece um prato cômico.
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