Fotografia- O Globo
Se passo pelo meu tempo,
é o meu tempo que passa por mim.
O que respiro é o invento,
que passeia no meu intento
de ser, sou meu desejo assim.
Não há nem tarde, nem cedo
na coragem dos meus medos.
Não aguardo nenhum segredo,
são eles que entre os dedos,
escorrem indo à um fim.
A cada certeza havida,
corresponde à paz de um engano.
As certezas são finitas,
até o cair do pano,
entre o ar e o trampolim.
Nas trocas do pensamento,
o que não sei é o que dita,
pois se o saber mede um tento,
a dúvida em mim levita
num rastilho passarim.
No rosto os riscos dos planos,
como evidência aflita;
Desregrados e mundanos,
serão no saldo humano,
o com que a realidade me quita.
Esse tempo que em mim deixa os danos,
também me é causa bem quista.
Discordo de falsos manos,
dos egoísmos urbanos,
nos pontos vastos de vista.
Mauro-paralerpoesiabastatercalma.blogspot.com
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