Fotografia: Qual Picasso II_ Silvério Santos
Depois de tudo, a vida está diluída na força. O desejo da vida é viver.
Os projetos surdos edificaram os caminhos vazios que queriam.
Cada passo conquistado deve ao custo de quebrar a próxima lenda.
Cada caminho feito é outra ultrapassagem estreita, de outra e outra fenda, por onde eu haveria de resistir ao absurdo, é o que difere o único no jeito de ser. Nada poderia ser perdido nesse custo que me compôs, ao fazer-me homem.
Tanto no rosto quanto no gosto, trago resistência na argamassa de ontem.
Hoje já sou mais e sou também nada, em tudo vivo até aqui; Sou e me faço inteiro, integro e ímpar aos pares da (a)normalidade ignara.
Minha dignidade se fabricou à força e ao largo do tempo, mesmo que alguns não o notem num olhar.
Não há nenhuma alegria que não pague, de alguma qualquer outra maneira, à tristeza, algum tributo a valer. _Já o disse o padre Antônio Vieira.
Não há na mágoa nenhuma amnésia dessa alegria, mesmo a mais ligeira.
Esse é o meu tempo contado, esse é meu rumo, e esse é o meu mote.
Todos tentam o melhor com os recursos que podem, ou mais além. É o quantum disso que me comove na arquitetura humana do prazer.
Quantos homens fui, ou sou, ou serei para alem do que de mim sei, para alem do alheio.O outro olhar, do outro, se me é quem a mais ver.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário