O poema, para o menino da laje,
tem o cerol, a linha e a pipa.
O poema do balconista da lanchonete
vem no avental, e no pedaço de pizza.
O poema da faxineira
esta na casa que outro habita.
O poema do moço pedreiro
traz nas mãos as marcas da brita.
O poema da mulher amada
põe na boca perfume de brisa.
O poema da moça que passa
tem a rima bonita, bonita.
O poema do estudante, litúrgico,
no futuro da vida se aplica.
O poema para o metalúrgico
esta na peça que ele fabrica.
O poema para o porco corrupto
esconde favores, xixica.
O poema da paz entre os povos,
hoje é contemporânea Guernica.
O poema do chope cremoso
fica la no Adonis, Benfica.
O poema se vale em si mesmo,
não é algo que a palavra explica.
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