Fotografia: E o amor - Isabela Daguer
são de lenços de papel feitos os abraços.
Nessa velocidade a vida dos normais
vai esculpindo um jeito duro, um jeito aço.
O amor cospe um veneno contumaz,
desconsertando, muito, os jovens no desejo.
Querem amar, mas não o sabem, são sem paz.
O amor os espanta na semente de um beijo.
Nesses templos que são redes sociais,
o fecundo é um coração adstringente.
Corre o tempo, corre a vida, escorre o cais.
Não há mais bala na agulha, há um pente.
Facas nos dentes onde todos são rivais.
Como dizer um eu te amo simplesmente?
É comovente, na descrença dos casais,
a rapidez não permissiva dos descrentes.
Levarão tempo para achar o amor no outro.
Visto que amar é dar de si a desiguais,
para fundir um só calor no corpo a corpo.
Nesse mormaço, das devassidões carnais,
não se permite deslizes de ouvidos moucos.
Mas quem quiser dele saber um pouco mais,
tem que arriscar, alem de ser um pouco louco.
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