Fotografia: afecto aéreo- David Sousa
Ando por aí quase caindo,
tropeço nos degraus das minhas pernas.
Mas continuo o passo e vou seguindo,
agora tenho o corpo de um poema.
Eu mesmo não o vejo, ele me enxerga,
escora-se em mim sem linhas retas,
meus olhos passam a ver por suas nesgas,
as mais vastas visões irrequietas.
Mais vesgo já não tenho as vistas mesmas,
assim dizem a mim que sou um poeta.
Se a poesia é algo que eu não vejo,
seu beijo em minha boca, me desperta.
A bela saciada do desejo,
vai embora pela porta entreaberta.
so vem quando convem ao seu ensejo,
de ter comigo sem ser hora certa.
http://www.mauro-paralerpoesiabastatercalma.blogspot.com/
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