Reuters/ Bruno Domingos
Cai o barranco na cara dos ricos.
Cai o barraco na casa dos pobres.
Caem as pontes por sobre os rios.
Cai tanta chuva que depois escorre.
Cai o automovel numa cratera.
Cai um dilúvio sem ter paradeiro.
Cai tanta terra, mas cai tanta terra.
Cai a cidade inteira no bueiro.
Calamidade bem repetitiva.
Cai muita agua, não há quem preveja.
Caem as árvores, matas nativas.
Caem paredes e torres de igrejas.
Caem as pedras em tal desalinho.
Cai a esperança já tão caleja.
Cai e leva gente no seu caminho.
Caem mais vidas, o olhar mareja.
Cai a família em área de risco.
Cai e se sabe porque la esteja.
Cai o descaso como um cisco.
Cai o cordão do umbigo que seja.
Cai quem não quer se queixar ao bispo.
Caia de pau, parece político.
Cai se olhar pra trás, vira sal nisto.
Cai quem menos tem o ver crítico.
Cai o poeta com o seu rabisco.
Cai na real ou cai de bandeja.
Cai mas levanta se for arisco.
A natureza nem sempre nos beija.
Caem de sua boca os mil rugidos.
Buscando o que é dela aonde não esteja.
Cai temporal e alaga os sentidos.
Dizem que o bolo não é só a cereja.
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