Os gêmeos
Quando faltam as palavras,
mas sobram sentimentos,
fico prisioneiro de mim.
Nas grades de ferro, os fatos,
sem conseguirem relatos,
Condenam os pensamentos.
Com um cárcere nas ideias,
as vozes desses momentos
uivam intestinas;
Lobos em alcatéia,
sem ter por onde sair.
Eu trago a tarde nos olhos,
as falas exalam poros,
de absorver existir.
Nos meus desejos de ir,
mergulho em mar de abrolhos,
querendo exilar, partir.
Então Crio o verso e o entorno
como um salto de trampolim .
Olho com olhos de ventos,
Ciclones, tufões, tormentos,
paredes de apartamentos,
lembrando-me do poeta.
Que saltou intranquilamente,
de si próprio descontente,
na vida demais inquieta,
em todas as horas do fim.
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