A Morte de Pablo Escobar-sem data- F. Botero
Nesse ofício de poeta não há fácil nem difícil.
Juntar palavras em espaços,
jogadas como procela,
do alto do edifício
do seu próprio precipício,
como os tiros nas favelas.
O que pensa um poeta,
é uma porta sem tramela,
uma casa sem paredes,
sem teto, só com janelas
diante do tiroteio.
O verso não tem rodeio,
a rima feio com feio
é o que faz poesia bela.
O que sente um poeta
na alma de cidadão,
é como se a palavra esteta,
com a beleza incompleta,
formasse a contradição.
Enquanto esse estafeta
traz a mensagem certa,
por via da contramão.
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