Siron Franco
O tato expõe seu corpo à minha pele,
em dedos deslisantes de verniz.
A graça do seu beijo voa garça,
no enleio da aventura de aprendiz.
O sol queimou o ceu furando nuvens,
arrasta ao ralo a tristeza matriz,
na ideia de que a vida so tem graça,
se é viva por motivo de pirraça,
na massa que compõe sua matiz.
Viver é mesmo muito parir gozo,
nas veias desse afan de ser feliz,
nem todo dia tem de ser gostoso,
e o outro apos a noite, nunca é bis.
Eu que nunca quiz ser corajoso,
covarde tambem nunca eu o quiz.
Espelho-me no mirar do seus olhos,
visão de tão efémeros esporos,
onde germina e doura a flôr- de- lis.
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