Soleil sur paysage bleu-1969-Antônio Bandeira
O sol rasgou todas as nuvens sobre mim.
A minha pele branca de reter noite,
sentiu queimar o couro da vergonha.
Na taça de teu corpo bebi ate o fim
tua parte mais íntima de despir.
Tinha a adstringência de um borgonha,
e de tão apertada tive eu que insistir.
Nessa trilha de corte justo, flui peçonha.
Um blues foi o beijo réquiem a carpir.
Agora saio cansado, músculos flácidos
de seguir os passos do corpo que tens.
I'm on the road agian
Se um pedaço de mim rasgou a ti,
para seu vinho da fama fui Paratí.
Quebrei-te a porta na tramela,
depois entrei pela janela,
fui dentro de ti cuspir.
Num gole de beijo bom,
bebi então o bourbon,
entre tuas pernas destilado.
Se Deus fez teu corpo decupado,
pôs o diabo em tua imagem e tom,
e eu sou um pecado alem.
I'm on the road again.
Agora sou o fim da festa,
depois de abrir-te em nesga,
e por teus lábios a sorrir.
Eu vou sem deixar arestas,
sei que a calma é sinistra,
por onde passa teus restos.
Pedaço deles é abraço,
o outro é canção de ir.
Mais vou eu e outro vem,
que se o amor não pertence a ninguém,
é encontro lúdico de trilhos, não traz o trem.
I'm on the road again.
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