Citações

A palavra é o fio de ouro do pensamento.


SÓCRATES

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Boca do Jacaré

ALÔ POVÃO PAVÃOZINHO
CHAMA LA O SEU VIZINHO
DESCE AQUI PRA RECLAMAR
DEIXA DE PROSA 
NADA ANDA COR DE ROSA
A COISA ESTÁ VENENOSA
A PRAIA NÂO ESTÁ MAR

OCORRE AGORA 
QUE A TURMA DA ENDOLA
NUM BANDO que se ASsENHORA
MILÍCIA DO CAXANGÁ
ARRASTA POVO
POBREZA CHOCADA EM OVO
À BALA POVO É ESTORVO
ESCOLA DEIXA PENSAR

ALÔ JACAREZINHO
PREMENTE NÃO ESTAR SOZINHO
A GUERRA NÃO É caminho
PERDIDA BALA NÃO HÁ
É MÃE QUE CHORA
O FILHO QUE É A VÊZ DA BOLA
NA BARRIGA DA ECÓRIA 
PRETO POBRE SARARÁ
algo que embase 
a acoisa é questão DE CLASSE
QUE TABALHADOR ABRACE
ONDE A CONSCIÊNCIA NASCE 
LIGADO NO SEU LUGAR. 
                      
Alô povo cidadão
Povo da periferia
se liga na solução  
e foca na sinergia
 Pois ter direito é Nação
E a união gera alegria             
VAMOS SE EMBORA 
QUEM CALA NÃO FAZ AGORA
ATITUDE SEM DEMORA
SAI DO GUETO, VAMOS LÁ

domingo, 16 de setembro de 2018

Parachoque contenção


Esse seu feitio polvora e pavio
desencapa o fio, despe meu olhar.
Pobre, Rio pobre , Vai bonde sem trilho,
general sem brilho, cascos de avatar
Pobre esse gentio cuja faca em fio,
forjada em granito , desagua no mar.
Mas que Rio é esse cujo interesse,
mesmo com estresse, brilha igual luar?

Como fosse um peixe agarrado em rede,
sol rimando a sede, sangra o popular.
Rio do apartheid, dos pés de havaianas,
Julios de Adelaides, do poder sacana.
Das comunidades planas, das favelas,
Vem para a cidade Quem será por elas.
Boca das delícias, trampa no buzão,
tropa da milícia, corre é arrastão.

Rio chapa quente, do asfalto nobre.
Praias indolentes, chope em pé no bar.
A veracidade é quase inclusiva,
faz ser a verdade nua a se mostrar.
Têmpora de um povo sempre resiliente ,
farol sobre o novo mesmo à faca ao dente.
Nesse desmazelo da malemolência
se escondem segredos, Forjam  resistências.                         
                                                                                    O tempo não para no perdeu playboy,
no olhar que azara, se eu sorrio dói
sono nas calçadas, tanto é três por cinco
sofro quase nada, nisso quase minto.
Rio camarada levado de boa
Perigo é roubada, sudeste de proa
Sobre as montanhas cheias de casebres
A pipa que voa avisa os moleques
Cara carioca, cara do Brasil
Caveirão sufoca, a tv não viu
entrar pé na porta desse cidadão
somente amarrota, não é solução.
                                                                              Quem te salvará dos fuzis da ira?
Quem resgatará das falsas mentiras.
Quando o sol se põe, pontal ou macumba,
surgem  chapadões, não desistem nunca.
Minha solidão cidadela, é o Rio.
Aonde o meu estio vem por adoção.
Hoje já maduro digo a toda gente:
Resiste ao sombrio, bate coração.























segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Repouso eterno



Luzia, o fossil humano mais antigo das américas.
Arde na quinta coluna , sem boa vista, é labareda;
Tanta indiferença caustica, tanta desgraça cínica,
para uma pátria que mesmo interna a sí degreda.
O fogo lambe a historia ,e sem história só aremeda.
Esfinge de humanidade, espelho opaco, luz periférica.
Luzia o fossil humano segue o rumo,quase colérica.
Pobre e tosca luzia, que alem de sí não vê veredas

Não haverá futuro, pobre luzia, sem seu passado
dentro dessa fogueira sobram as cinzas sobra o esbulho.
Não haverá presente, pobre luzia, está tudo errado.
Como se toda gente, pobre Luzia, fosse o entulho.
Os dentes da engrenagem são presentes em todo lado.
Fogo, terra arrasada, não sobra nada nenhum orgulho.
Quantas de tí Luzia ainda restam, povo coitado.
Quantas olham pro chão sem ter semblante, só o enfado.

Morreu Luzia de duas mortes ,de duas mortes foi seu legado.
Juntos morrem Marias, Morrem Joões, morrem Josés, morrem Bernardos.
Féretro de um povo inteiro, sem ter dinheiro foi calcinado.
Terra jogada em sal,  terra da pá de cal, nada  aqui há de ser plantado?
Não à cultura, à coisa cívica, não se atura história ibérica.
Não há memória, não há Nação só a noção mais cadavérica.
E foi Luzia juntar-se aos seus, levou consigo minha história
E foi luzia juntar-se aos seus, levou consigo nenhuma glória.





quarta-feira, 18 de julho de 2018

Colarinho das horas

                                                               La mujer en llamas-  Guy Breton

Meu coração luz vermelha
às vezes desaconselha,
são coisas de solidão.
Sem ter assim quem o queira,
surtado de vida inteira
disfarça de solução.

Meu coração distrambelha,
sorri de orelha a orelha,
por coisa que é nada, em vão.
Há nele  nada na telha
em busca dessa centelha
e a sobra é a desilusão.

É musculo muito abusado,
vivendo sempre enganado,
batendo na contra mão.
E nessa disritimia
colide com a alegria
Ironizando a questão 
                                                               
A vida assim o devora,
por conta de tal senhora                 
que é ouro de aluvião.                                                             
No colarinho das horas                                                           
o seu batom evapora
Quando ela diz hoje não